segunda-feira, 31 de agosto de 2009

OLHOS DE CHUVA...



Olhos de Chuva


Não ouso olhar meus olhos no espelho...

Como pude me enganar tanto?

Tantas e tantas mentiras e eu acreditei em cada uma delas...

Não ouso olhar dentro de mim

Não ouso perguntar ao meu coração as razões

Meu coração enganoso e traidor...

Ele sim me enredou numa teia e me deixou ali

Prisioneira de mim, de um sonho...

Não ouso perguntar ao meu coração porque me enganou...

Eu me enganei ou queria me manter no engano...

É, eu queria, porque ali era vital pra mim...

Porém, não ouso olhar meus olhos no espelho, não mais...

Não ouso encarar a verdade que meus olhos vão me dizer...

Não quero ver cair a chuva retida neles, brilho enganoso...

Como pude me enganar tanto assim?

Com palavras vãs e doces meu coração se enganou...

Ouvia o que queria ouvir, meus olhos viam o que desejavam ver...

Não ouso perguntar a mim mesma as razões do desamor...

Não, eu não ouso olhar meus olhos de chuva no espelho...

(Madalena Ribeiro)

Nenhum comentário: