segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SOLIDÃO A DOIS!!!



SOLIDÃO

É noite alta. Altas horas de solidão. Havia companhia, mas ela sentia-se só. É tão negra e lúgubre a solidão em certas horas. Ninguém calcula o quanto pode ser duro estar sozinho em certos momentos, pode nem parec
er, mas é duro. E a dureza vai tomando corpo, crescendo, se avolumando, tornando-se mágoa, arrependimento, fraqueza de ânimo, nódoa na mente.

É tão gentil a noite. Nada cobra, nada vê, apenas passa. Ela é noctívaga por natureza, é amiga das horas noturnas, das solitárias horas enquanto todos dormem. É tão mais fácil chorar só, é tão mais simples remoer velhas m
ágoas sem a visão incômoda dos que não entendem. Ser só é bom, às vezes, ou quase sempre. Pior mesmo é a solidão acompanhada, ela revolta. Quando perturbada, quer isolar-se, pensar, refletir e não pode, o barulho do silêncio da companhia incomoda, soa estridente no solitário. Ela quer ficar só e não entendem...

O sono é amigo, faz esquecer, mas ela acorda e depara-se com a realidade e esta não é fácil. Por isso é tão bom à noite, silêncio, escuro, paz, mas chega alguém e lá se vai o sossego, a solidão tem companhia, indesejada, diga-se de passagem. Se assim é, ela prefere dormir, dormir um sono artificial, sem sonhos nem pesadelos, só esquecimento. É bom esquecer de algumas coisas, mesmo que seja por algumas poucas horas, melhor que companhias indesejáveis, dormir, dormir para não ver o tempo passar e com ele as lembranças, a maioria boas, ainda bem!

Como ela gostaria de estar longe, longe dessa realidade, de voltar no tempo, rever coisas... Gosta de estar só, preza a solidão, mas nem pode gozá-la a contento, pois tem sempre companhias inoportunas. É tão bom ser só, interiormente falando, poder falar consigo, resolver pendências, discutir rumos
, murmurar ao próprio ouvido coisas boas. A solidão é companheira e boa companheira. Pior mesmo é quando é acompanhada. Dessa forma é doída e injusta. Todos querem saber o porquê, mas ela só quer ficar só e não permitem e daí ela dorme um sono que não quer, para acordar numa realidade que não desejou. Essa é a vida, é o momento, essa é sua morte diária e ela sabe bem o que é morrer...

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