segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CAMINHEI NA CHUVA...



CAMINHEI NA CHUVA

Caminhei na chuva, cabelo ao vento, pés descalços Sentindo as gotas gélidas e benfazejas molhando meu corpo Ah, deliciosa sensação a de sentir os pés sendo sugados Pelas enormes poças d’água formadas nas calçadas nuas Caminhei na chuva e, num repente, me bateu uma saudade Saudade sem limite, doída, sem espaço nem tempo exatos Era só saudade... De repente, meu corpo molhado pela chuva era nosso suor O suor que molhava nossos mais loucos delírios Os cabelos molhados, toques sutis, movimentos intensos... Nesse momento senti todo meu ser molhado de amor... Caminhei na chuva e num súbito, as lembranças vieram Inevitável o lembrar de dias, manhãs, tardes e noites Ah, as noites sempre molhadas de paixão... Noites chuvosas de amor, quando loucamente Rolávamos pelo chão molhados de uma chuva diferente Caminhei na chuva e as lembranças vieram A sensação voltou, frescor e liberdade de quem ama Frenesi do frio no corpo ardente, lembrei... Caminhei na chuva hoje Abri os braços e deixei a chuva me molhar Lavar minha infinita solidão Cheia de lembranças sutis de coisas que vivemos Caminhei na chuva sozinha... Meu corpo cansado e já sem emoção Deixei a chuva me molhar mais Me lavar e tentar limpar as lembranças... Caminhei na chuva fria e na rua nua, sozinha...
(Madalena Ribeiro)

Um comentário:

Unknown disse...

Ciao AMOre bello il tuo blog complimenti per le poesie molto belle un abbraccio forte tuo per sempre Giorgio