PRISIONEIRO
No silencio da noite algo me machuca a mente
Há um grito preso no peito, uma dor surda
Ininteligível, inacessível, um sussurro que faz eco
E machuca minha solitude noturna...
Procuro, debalde, encontrar a razão
Nada encontro e me ponho a cismar...
De repente, num súbito de lucidez
Um estalo na mente e uma saudade de mim...
Me vem uma saudade da criatura que fui
E que sei já não ser
E me indago onde me perdi...
Nos embriagantes soluços do teu amar?
Nos sussurros de amor que ouvi e falei, tantos?...
Onde ou quan do me apartei de meu EU?
E na madruga fria e insone vem a descoberta
O grito que ecoa dentro de mim sou EU
Ou o que fui um dia e me perdi de mim...
Reprimi, aprisionei, violentei, quando não vivi
Todos os sonhos que sonhei...
Renunciei por amor, amei, por certo e por demais
Mas agora e só agora
Reconheço que por esse amor
Aprisionei, enjaulei meu EU e esqueci de mim...
Na embriagues dos laços teus... doces laços que
Me aprisionaram e eu renunciei a tudo que sonhei...
Ah, descoberta estranha e aterradora
Me perdi de mim quando assumi minha insensata
E estranha necessidade de liberdade...
Sim, por que ser livre tem um preço
Alto preço que se paga com a solidão
A solidão dos diferentes, anormais, irracionais...
Paguei e ainda pago o preço dessa libertação
Dos laços que desfiz (desfiz?) a duras penas...
Sou livre, enfim, mas por que meu EU continua
Aprisionado dentro de mim?
Ah, solidão... O grito surdo é meu...
Que me perdi de mim por amor...
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
PRISIONEIRA DE MIM...
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